A Bont foi fundada na Austrália, no ano de 1975, pelo patinador Inze Bont quando este decidiu acrescentar fibra de vidro na parte de trás dos seus patins para ganhar um suporte extra. Um simples, no entanto, inovadora abordagem, com a qual começou a sua empresa, agora com 36 anos e gamas de produtos em dois desportos altamente competitivos, com vendas por um total de 36 países.
A inovação concebida por Inze fez da Bont, o primeiro calçado produzido e comercializado a utilizar materiais como a fibra de vidro, em 1975, o kevlar em 1986 e o carbono em 1989. A filosofia da empresa continua a impulsionar o desenvolvimento, juntamente com a sua reputação de produção de produtos de alta qualidade, o que rapidamente os tornou nos maiores produtores de patins do mundo – uma posição que sido continuamente realizada e apoiada, não só pelo volume de vendas, mas também pelas inúmeras medalhas em campeonatos mundiais.
Em 2007, depois de muitos pedidos, foi tomada a decisão de expandir a linha de produto para o mercado do ciclismo. Tralhando em conjunto com atletas de classe mundial, a Bont lançou a sua oferta inicial de sapatos de ciclismo no ano de 2008, em particular nos Jogos Olímpicos de Beijing, onde arrecadaram oito medalhas de ouro.
Desde então, a Bont Cycling cresceu rapidamente a sua gama de produtos para doze modelos e hoje produz extensivamente para todas as categorias do ciclismo. A gama de produtos de ciclismo não se destina apenas a atletas de alto rendimento, mas também, a entusiastas e principiantes.
A Bont, enquanto empresa continua a crescer com a ajuda de uma equipa dedicada de pessoas. A equipa, e a fábrica inclusive, continua a lutar para melhorar os seus produtos em todos os aspectos, tendo sempre por base o respeito por todos os valores da família Bont e por todas as pessoas que utilizam os produtos Bont.
A Bont continua a crescer através da constante inovação do produto, da qualidade do produto em si e garantindo um apoio e serviço excepcionais.

Aquilo que difere a Bont de outros sapatos de ciclismo são algumas das suas características de construção e inovação, tais como a Fibra de Carbono, a Espuma de preenchimento, o processo de fabrico e o desenvolvimento das resinas utilizadas.
A Fibra de Carbono foi um material revolucionário que é forte como o aço mas apenas com uma fracção de peso, e como já foi referido, este é um material que tem sido utilizado desde 1989. O material é composto por átomos de carbono comprimidos que são unidos e alinhados por forma a formar um longo eixo de fibra. O Carbono Bont é de primeira classe, oriundo do maior produtor de carbono, Toray – no Japão. A Bont tece três formas diferentes de carbono, que são:
• 3K: Este é um carbono tecido de forma apertada que, maioritariamente, é utilizado na indústria aeronáutica;
• Unidireccional: Este é o carbono que é utilizado no interior de alguns modelos, para que estes sejam extremamente rígidos. O benefício do carbono unidireccional é que este pode ter a direcção desejada na colocação. Com este tipo de carbono produzem-se sapatos muito rígidos e super leves ao serem utilizados.
• 2K: Esta é uma forma mais barata de produzir carbono, que, não é tão forte como a 3K tornando-se 20% mais barata.
A Espuma de preenchimento é um dos materiais base para a produção de sapatos de ciclismo, é leve, barato e não se esmaga. No entanto, absorve a água aquando molhado. Então, se os pés suam, se se passa por uma poça ou se começa a chover, os sapatos começam a absorver a água o que os vão tornar muito mais pesados. O tipo de espuma que é utilizada na Bont tem o nome de espuma de células abertas, porque as células são porosas. Esta espuma tem uma “memória fechada” que não absorve a água, logo, não há preocupação de sapatos ensopados.
O método de produção dos sapatos Bont é artesanal de dentro para fora, onde é necessária uma destreza intensiva. O tempo gasto na construção, resulta num maior custo que a maioria dos sapatos, mas, permite à Bont liderar o mercado no que toca à performance do ciclista. A sua linha de produção foi pensada pelo seu fundador – Inze – permitindo aos sapatos monocoques serem produzidos à mão, de maneira o mais rápida e eficientemente possível. Este é um processo que continua a ser desenvolvido e refinado. A linha de design inovadora é conciliada pela sua inovação e processo de produção.

Fazer um sapato BONT

Os sapatos Bont são feitos ao contrário de todos os outros sapatos. Ao passo que, a maioria dos sapatos têm uma base e um revestimento pré feitos que são colados, o resultado é um sapato que se sente que foi feito em duas partes. Os Bont são feitos de dentro para fora, tudo é laminado junto pela resina epoxy formando um monocoque.

Começa-se pelo fim (pé de plástico): foram criados pela combinação da última tecnologia com trinta e seis anos de experiência. Existe uma base de dados com mais de vinte mil pés digitalizados por um laser de forma a criar um modelo padrão. Quando se junta este factor aos trinta e seis anos de experiencia do Sr. Bont a fazer sapatos/patins personalizados e ao contínuo feedback recebido de profissionais, o resultado é um dos melhores sapatos já criados.

A Palmilha

Esta é a primeira parte que é adicionada ao pé de plástico e é feita pela “casa” de EVA termo moldável. A palmilha tem 65A de dureza e apenas 3mm de espessura, o que a torna muito leve e termo moldável.

O Forro

Este forro é o escolhido de entre centenas de forros. Este tem a particularidade de não ser somente leve como é extremamente forte e combate os maus odores. Não se parte com facilidade pelo suor.

A Espuma

A Espuma escolhida pela Bont foi rigorosamente testada viciosamente por um período de seis meses e mesmo assim terá sempre a sua forma original, onde se pode chamar de espuma com memória. Também é testada, por dias, pela equipa de teste de impactos. A espuma é de célula fechada, logo, não irá absorver misturas (suor e água) e como não podia deixar de ser, é extremamente leve.

Fitas Anti-Estiramento

Estas fitas são parecidas ao material dos cintos e, desta forma, garantem que a bota não estica/alarga com o passar do tempo.

Fitas de Carbono

As camadas de carbono são colocadas à mão, com particular atenção ao stress que esta terá de suportar, enquanto se pedala. Todas as camadas são colocados com um propósito. Usa-se uma malha cruzada 3K, com um peso de 198gr de carbono na parte exterior e carbono unidireccional na parte interior. O carbono unidireccional só tem metade dos fios da malha de carbono. Assim, dá força numa só direcção e poupa-se peso ao usar menos carbono e ao absorver menos resina.

A Parte Superior

A parte superior é então colada e cosida ao sapato. Os buracos são perfurados à mão através da parte superior e do forro para a ventilação. As fivelas e as tiras são ligadas. A localização das faixas é de tal ordem que primeiro puxam o pé para baixo e depois para a parte de trás do sapato. O excesso de cola é retirado e o sapato esta pronto para ser testado. O sapato passa por dezasseis fases independentes de controlo de qualidade para estarem prontos para passar à acção. O resultado é um sapato com a melhor resistência em relação ao peso, no mercado.

Desenvolvimento da Resina

Epóxi ou Polyepoxide é um termo para polímero de epóxido que cura quando misturado com um agente catalisador ou endurecedor. O processo de polimerização é chamado de “cura” e pode ser controlado através da temperatura, da escolha da resina ou de componentes endurecedores. Um processo que pode demorar minutos ou horas.
O desenvolvimento da resina é algo que tem sido feito pela Bont por mais de trinta e seis anos. Elaborar uma resina que é muito rígida, no entanto capaz de ser moldável em baixas temperaturas, e, tem um tempo de “cura” rápido – o que é um requerimento crítico para a Bont – esta é uma das razões pela qual são, provavelmente, os únicos produtores de sapatos de ciclismo que desenvolver a sua própria resina em “casa”.
A resina torna-se macia com apenas 60C (que é a mais baixa na industria). Aquando aquecida a resina, molda-se o sapato e deixa-se esta actuar. Fica permanentemente fixada sem a necessidade de remoldá-la. A resina pode ser reaquecida tanta as vezes quantas se quiser.
A temperatura do ar e a quantidade de humidade são críticas no determinar da quantidade de endurecedor que precisa de ser adicionada à resina. Desta forma, existe um computador que faz a mistura da resina e do endurecedor juntos, dispensando a resina depois de medir a temperatura do ar e a humidade.
A maioria dos produtores usa um processo conhecido na indústria como Pre-Preg. Aqui, a resina é pré impregnada na fibra de carbono. Em praticamente todas as aplicações, a resina é escolhida pelo produtor da fibra de carbono num sapato que serve para todos os casos. O produtor de sapatos não tem como alterar a resina para atender às exigências termo moldáveis dos sapatos modernos. É por isto que é necessário altas temperaturas, para fazer sapatos ligeiramente termo moldáveis. A utilização de Pre-Preg é boa para quadros de bicicletas ou pedaleiras que não precisam de ser termo moldáveis para o ciclista, mas são inadequados para a construção da sapatos de ciclismo.